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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Um amor de verdade. Um delicado e mais que esperado reencontro.

Viagem...
Viagem...
Viagem....

Mil tentativas de refazer a vida, traçar novos planos e só aprendizado... Nossa! Nesses últimos seis meses minha vida tem sido meio cigana, como descreveu bem uma amiga carioca: "xmxmxmxmxm" (sem explicação).

Tudo começou assim:
Aluguei o meu ap e saí de Recife. Destino: Bahia. Precisamente: Casa de minhas manas queridas, que há tempos não nos curtíamos por demoradas semanas. Quem me recepciona: a mana Gorette. Dá-me as chaves de sua casa e abre as portas do seu coração... Um doce regresso à antiga casa em que minha mãe e meu pai moraram tantas décadas, na verdade por mais de cinquenta anos, juntos. Assuste-se, não, sou velhinha mesmo, já estou nos meus 46 aninhos.
De Recife a Paulo Afonso-BA, de Paulo Afonso a Aracaju-SE, de Aracaju a São Paulo, de São Paulo à Paulo Afonso e daí, o regresso à cidade em que toda a minha história de vida, dos 18 aos 46 anos, se construiu - Recife... Recife. Nunca pensei que gostava tanto do Recife...

Em cada lugar muitas emoções, muito aprendizado...

A saída de Recife lembrou-me a saída de minha mãe, quando nos seus vinte e tantos anos, la das brenhas da paraíba, ela foi em busca de sua vida. Um caminhão, móveis na carroceria, uma esperança na boléia. O coração pulsava mais que as maracas, descompensadas de desilusões. "Começar de novo, e contar comigo" era a canção que desencadeava as salgadas lágrimas, que teimavam em descer involuntárias de meus olhos. Acabara de despedir-me de minha filha. Tudo doía muito. Estava meio que passada, num torpor paralisante.
to be continue...

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Dorme o Sol à flor do Chico. Meio-dia!

 

O Ciúme

Caetano Veloso

Composição : Caetano Veloso
Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: o meu ciúme
O ciúme lançou sua flecha preta
E acertou no meio exato da garganta
Quem nem alegre nem triste nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta
Velho Chico vens de Minas
De onde o oculto do mistério se escondeu
Sei que o levas todo em ti, não me ensinas
E eu sou só, eu só, eu só, eu
Juazeiro, nem te lembras dessa tarde
Petrolina, nem chegaste a perceber
Mas, na voz que canta tudo ainda arde
Tudo é perda, tudo quer buscar, cadê
Tanta gente canta, tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira, monstruosa, a sombra do ciúme.

sábado, 21 de maio de 2011

O DUPLO "QUINTO" DOS INFERNOS!

Chegou até mim e acho que deve chegar até você também. Então, senta que lá vem um pouco de história, para ajudar a entender a origem e a nossa passividade diante da expressão: "O Quinto dos Infernos"...
 
Durante o século 18, o Brasil Colônia pagava um alto tributo para seu  colonizador, Portugal. Esse tributo incidia sobre tudo o que fosse produzido em nosso País e correspondia a 20% (ou seja, 1/5) da produção. Essa taxação altíssima e absurda era chamada de "O  Quinto".

Esse imposto recaía principalmente sobre a nossa produção de ouro. O "O Quinto" era tão odiado pelos brasileiros, que, quando se referiam a ele, diziam: "O  Quinto dos Infernos". 
E isso virou sinônimo de tudo que é ruim.

A Coroa Portuguesa quis, em determinado momento, cobrar os "quintos  atrasados" de uma única vez, no episódio conhecido como "Derrama". Isso revoltou a população, gerando o incidente chamado de "Inconfidência Mineira", que teve seu ponto culminante na prisão e  julgamento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário IBPT,  a carga tributária brasileira chegou ao final do ano de 2010 a 38% ou praticamente
2/5 (dois quintos) de nossa produção.

Ou seja, a carga tributária que nos aflige nos dias atuais é praticamente o dobro daquela exigida por Portugal à época da Inconfidência Mineira, o que significa que pagamos hoje literalmente "dois quintos dos infernos" de impostos...

Para quê?
Para sustentar a corrupção?? Os mensaleiros?? O Senado com  sua legião de "diretores"?? A festa das passagens dos deputados?? Os atuais bacanais com o dinheiro público?? As comissões e jetons??  A farra "familiar" nos 3 Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário)??
Nosso dinheiro é confiscado no dobro do valor do "quinto dos infernos"  para sustentar essa pequena "corte brasileira", que nos custa, já feitas as atualizações, o dobro do que custava toda a Corte Portuguesa. Agora, pense: tudo isso em detrimento de quem?? Ou do quê??


E pensar que Tiradentes foi enforcado porque se insurgiu contra a metade dos impostos que pagamos atualmente! E mais... Saber que enquanto tudo isso acontece nesse nosso reino unido do Brasil, nossos heróis se engalfinham contra eles mesmos, preferem a covardia da traição de um semelhante a lutar contra seus transgressores. E muitos ainda continuam a morrer de overdoses...
Jesus! Joga a bóia e leva esses "costeses malandros" para bem longe dessa gente que segue em frente sem desonrar, nem aviltar qualquer valor dignamente humano.
Om Shanti! (PAZ)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Uma noite no harém, uma energia da pura e sagrada dança do ventre

Abençoada eu sou de montão, disso eu não tenho dúvidas. Deus está muito presente em minha vida. Você já viu alguém desempregado, recém-saído de uma forte crise depressiva, ainda num processo metamorfósico lento e gradualmente vivenciado entre barbitúricos, chegar a São Paulo e curtir uma noite maravilhosa num harém? 
Aysha, Lu Zambak (Recife-PE), Amanda Rosa (Brasília-DF), Nesrine,
Dalilah (Brasília-DF) e Yasmin (Brasília-DF)
Considerando o contexto social de hoje, em que você só vale pelo que tem e não pelo que é, consegue você imaginar ser possível, EM PLENA SÃO PAULO, encontrar uma amiga que se desnuda de preceitos e valores materialistas ditados pelo capitalismo selvagem e ser um anjo encarnado a lhe proporcionar tamanha felicidade? 

Gente, sério! Você consegue conceber a existência de pessoas assim, nessa selva de pedra, fria e cinzenta, de pessoas marcadas pelo individualismo e pela competição, muitas vezes desleal? Confesso que andava um pouco desacreditada, mas por incrível que parece para mim, existe! Eu encontrei. Posso cantar com verdade na voz, agora: "São Paulo da garoa, São Paulo é terra boa!". E, pasmem, não é apenas uma amiga, é uma família inteirinha assim.

Da bisa aos bisnetos, todos naturais de São Paulo. Loucura? Não! É milagre mesmo... Depois de passar um belíssimo Dia das Mães com essa nova família de amigos, fui levada a uma Casa de Chá, com um harém belíssimo. Show de bola, ou melhor de dança! Inesquecível!!!


Lu faz parte de uma casta sampaulina que "não mora de frente para o mar e de costas para o Brasil"
Os valores humanos estão bem claros em sua mente, também pudera, ela é da área de Educação. E EDUCAÇÃO é a base de tudo. Om Sai Ram!

Quando morava em Recife, tempos atrás, fiquei sabendo da existência dessa Casa de Chá. Na época, fazia parte de um grupo de alunas da Dança do Ventre, e chegar até a Khan El Khalili, lembro-me, era um sonho de consumo de muitas delas, que queriam se profissionalizar na dança. Eu praticava apenas para me distrair, valorizar-me enquanto mulher, sem pretensões nenhuma fora a do meu próprio deleite. Sabe, do tipo estar bem comigo mesma?  Pois sim, eis que me vejo lá, nos sonhos daquelas amigas dançarinas, assim, sem muito esforço...

Minha nova amiga Lu ao lado de duas dançarinas padrão Khan El Khalili. É show de dança,
pra ninguém botar defeito. Minhas lindas amigas dançarinas de Pernambuco e de outros Estados,
este mimo é pra vocês, com votos de que tenham a mesma oportunidade.
Espero que esse gesto de Lu abra os portais das possibilidades e flechem todas vocês.

A casa é dividida em diferentes e aconchegantes ambientes. Você pode assistir ao show, vendo de perto a performance das dançarinas pratas-da-casa, e ainda assistir às audições de candidatas ao padrão Khan El Khalili. Um momento ímpar para aquelas que querem ganhar o mercado como profissionais sérias, que respeitam a tradição e a cultura árabe.
A prata-da-casa e uma das dançarinas das Noites do Harém, Aysha Almeé
deu-me um verdadeiro presente: além de dançar divinamente, apresentou-se

vestida em homenagem a Krishna. No final de sua apresentação uma pena de pavão caiu levemente no salão.
Nesse momento da foto, ela reclamava a perda, mas aquietou-se quando eu disse que Krishna havia agradecido a honra e levou a pena consigo. Daí, ela salientou que ia desistir da procura.
Impossível você ficar imóvel diante da energia do lugar e da alegria das dançarinas. É delicioso assistir ao show bem de pertinho, com música ao vivo, de batidas fortes e enebriantes. Tudo é de uma beleza sem igual. A leveza, a sinuosidade dos corpos, os movimentos, os gestos, o sentimento introjetado e oferecido com alma a você.
 Amanda Rosa, de Brasília(DF), um Show! Belo, belo, mais que belo!!!  
      
Dono e administrador do estabelecimento árabe, Jorge Sabongi cuida de cada detalhe para recepcionar bem as pessoas. Historia todo o acontecimento e práticas da casa e das danças das bailarinas, tornando o ambiente agradável pelo alto grau de profisssionalismo de todos da Khan El Khalili. Uma curiosidade que muitos não sabem, perguntei a Jorge: "Afinal, digo egípcio ou árabe? E ele prontamente me responde: "A civilização do Egito Antigo acabou a 2000 anos atrás. Desde o século VII, os egípcios descendem de árabes!"
                     
                    
                    

 Eu gostei tanto que me sinto na obrigação, enquanto jornalista, de passar o serviço pra vocês!!!
Casa de Chá Egípcia
e Café Árabe

R. Dr. José de Queirós Aranha, 320 - Vila Mariana
(duas quadras do Metrô Ana Rosa)
Fones: 11 5575-6647 - 5571-3209 - 5571-3295 - 5549-7989
CEP: 04106-062 - São Paulo - SP - Brasil

atendimento telefônico p/informações: a partir das 9h
aberta de 3ª a Domingo - das 16h até meia-noite
6as. e Sábados - das 16h às 1:00h
danças a partir das 19h
(observe o limite de horário de entrada)


Salamaleiko!

"Longe de casa, há mais de uma semana. A milhas e milhas distante..."

Continuo a observar a natureza e os animais ao meu redor, em busca de respostas e direcionamento a questionamentos meus. Uma vida em jogo...uma reformatação dos valores...um rumo a ser definido... Disseram-me: viva um dia por vez, não antecipe decisões encimadas em grandes expectativas para não se frustrar. Espere em Deus, fale em Deus, viva Deus... Daí, não há como maturar as coisas fugindo dos mais perfeitos sinais da Criação Divina. Do Recife pra Bahia, da Bahia pra São Paulo... Bom, as noites em São Paulo têm sido reveladoras. O bucolismo e a parda energia chegam a transcender e a embalar os meus pensamentos...

Nas ruas densas de São Paulo, o torpor se alia aos pensamentos...

Nada é por acaso, disso a gente sabe, e ignorar essa máxima é perder-se na ilusão terrena. Quando, na Bahia, fui visitar minha mana Glória, deparei-me num caminho ermo com uma esperança. Uma esperança de verdade, verdinha e de olhos verdes. Minha mãe sempre me dizia que isso era muito auspicioso, e que eu tinha de verificar sempre a cor dos olhos da esperança. Se fossem verdes, "bingo", não dava outra: a sorte estava a rondar a pessoa que a encontrasse. Legal isso e, pra mim, superverdadeiro, porque foi um ensinamento que já se solidificou no meu pensamento e o pensamento é tudo quando se quer uma direção, um rumo.

 
No meio do caminho havia uma esperança...
Havia uma ESPERANÇA, de OLHOS VERDES, naquele bendito caminho
Ao perceber a Esperança, fotografei-a, assim como a associei ao meu pensar naquele instante. Mudanças eram sinalizadas claramente e eu tinha de estar preparada para isso. Um sentimento misto de medo e alegria pulsava em mim, sem saber o que aquilo tudo significava ainda. Precisava maturar com mais precisão e sob o norte divino, afinal cada minuto do meu tempo é precioso demais para perder-me novamente, principalmente considerando esses quase cinco anos de depressão.
Pois bem, continuando...Depois de fechar o portão da casa da mana que fui visitar, percebi que em cima do aramado, havia um camaleão. Ali, inerte, paradaço, movendo apenas as pestanas, tranquilérrimo... Sorri para os céus, olhando meio de soslaio e meneando a cabeça. "Brincadeira", retruquei.
Só lembrando: o camaleão é um bichinho que se adapta
à região, mudando a cor da pele de acordo com o ambiente, para sua proteção.

Ao retornar para a casa de minha mana Gorette, ela noticiou-me que haveria encontrado passagens aéreas para São Paulo num valor bem adocicado. Minha indagação era visível, gestualmente: "E o quico?" (e eu com isso?), dei de ombros. Depois de citar alguns argumentos plausíveis, ela arrastou-me para Sampa, mas eu não estava tão convencida. Na verdade, eu já havia deixado Recife, onde morava, para ser acolhida em sua casa, na Bahia, e ainda não me encontrava convencida disso também. Tudo era muito novo e estava vindo em série e de forma estonteante. Só dava tempo respirar ofegante e crescer os olhos de quase-espanto. Sentia-me, e ainda me sinto, numa eterna e inacabável big-montanha russa. Ufa!
No dia seguinte, depois de meu japa-mala, já preparada para dormir, eis que me deparo novamente com uma esperança. Desta vez, ela estava no aro do ventilador e pulou imediatamente para minha perna, bem no meu joelho. Novamente admirada, observei a cor dos olhos: eram verdes também. Logo em seguida, ela pulou para o quadro de Shiva, pousando também no seu joelho. Acompanhei e registrei tudo pela câmara do celular. Ah, nossa!! Tudo muito muito para minha ainda ignorante cabecinha...

É necessário ter discernimento para distinguir o que deve ser
ou não considerado numa tomada de atitude. Às vezes, o açúcar que lhe é proporcionado
nem sempre adoça sua vida, pode trazer-lhe formigas à boca.

Mas a história não termina por aí, estou em constante observância de mim mesma, dos acontecimentos ao meu redor e, principalmente, antenada com a natureza e os princípios divinos. A dualidade me persegue, o ego também, mas faço o possível para deixá-los à margem da minha lide existencial. E, mais uma vez, a esperança reapareceu. Mas quem percebeu foi Flávia, a minha sobrinha, na casa dela e onde estou passando esses dias aqui em Sampa. Agora, use de sinceridade e senso crítico. Diante disso tudo, você consegue alcançar algo? Perceber o que poderia ser ou significar? Então, sai aí uma orientaçãozinha, dá pra você me dar elementos para eu pensar melhor?...
E novamente a esperança aparece, desta vez no último (ou primeiro) degrau da escada que
dá para o portão de saída da casa de Flavinha. Estávamos exatamente prontas para sairmos. 

OM SAI RAM!