Nas ruas densas de São Paulo, o torpor se alia aos pensamentos... |
Nada é por acaso, disso a gente sabe, e ignorar essa máxima é perder-se na ilusão terrena. Quando, na Bahia, fui visitar minha mana Glória, deparei-me num caminho ermo com uma esperança. Uma esperança de verdade, verdinha e de olhos verdes. Minha mãe sempre me dizia que isso era muito auspicioso, e que eu tinha de verificar sempre a cor dos olhos da esperança. Se fossem verdes, "bingo", não dava outra: a sorte estava a rondar a pessoa que a encontrasse. Legal isso e, pra mim, superverdadeiro, porque foi um ensinamento que já se solidificou no meu pensamento e o pensamento é tudo quando se quer uma direção, um rumo.
No meio do caminho havia uma esperança... Havia uma ESPERANÇA, de OLHOS VERDES, naquele bendito caminho |
Pois bem, continuando...Depois de fechar o portão da casa da mana que fui visitar, percebi que em cima do aramado, havia um camaleão. Ali, inerte, paradaço, movendo apenas as pestanas, tranquilérrimo... Sorri para os céus, olhando meio de soslaio e meneando a cabeça. "Brincadeira", retruquei.
Só lembrando: o camaleão é um bichinho que se adapta à região, mudando a cor da pele de acordo com o ambiente, para sua proteção. |
Ao retornar para a casa de minha mana Gorette, ela noticiou-me que haveria encontrado passagens aéreas para São Paulo num valor bem adocicado. Minha indagação era visível, gestualmente: "E o quico?" (e eu com isso?), dei de ombros. Depois de citar alguns argumentos plausíveis, ela arrastou-me para Sampa, mas eu não estava tão convencida. Na verdade, eu já havia deixado Recife, onde morava, para ser acolhida em sua casa, na Bahia, e ainda não me encontrava convencida disso também. Tudo era muito novo e estava vindo em série e de forma estonteante. Só dava tempo respirar ofegante e crescer os olhos de quase-espanto. Sentia-me, e ainda me sinto, numa eterna e inacabável big-montanha russa. Ufa!
No dia seguinte, depois de meu japa-mala, já preparada para dormir, eis que me deparo novamente com uma esperança. Desta vez, ela estava no aro do ventilador e pulou imediatamente para minha perna, bem no meu joelho. Novamente admirada, observei a cor dos olhos: eram verdes também. Logo em seguida, ela pulou para o quadro de Shiva, pousando também no seu joelho. Acompanhei e registrei tudo pela câmara do celular. Ah, nossa!! Tudo muito muito para minha ainda ignorante cabecinha...
É necessário ter discernimento para distinguir o que deve ser
ou não considerado numa tomada de atitude. Às vezes, o açúcar que lhe é proporcionado
nem sempre adoça sua vida, pode trazer-lhe formigas à boca.
Mas a história não termina por aí, estou em constante observância de mim mesma, dos acontecimentos ao meu redor e, principalmente, antenada com a natureza e os princípios divinos. A dualidade me persegue, o ego também, mas faço o possível para deixá-los à margem da minha lide existencial. E, mais uma vez, a esperança reapareceu. Mas quem percebeu foi Flávia, a minha sobrinha, na casa dela e onde estou passando esses dias aqui em Sampa. Agora, use de sinceridade e senso crítico. Diante disso tudo, você consegue alcançar algo? Perceber o que poderia ser ou significar? Então, sai aí uma orientaçãozinha, dá pra você me dar elementos para eu pensar melhor?...
E novamente a esperança aparece, desta vez no último (ou primeiro) degrau da escada que
dá para o portão de saída da casa de Flavinha. Estávamos exatamente prontas para sairmos.
OM SAI RAM!
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