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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Namorar... Às vezes me sinto uma E.T.


Estranhamente, você se encontra envolvida numa relação de namoro virtual. Depois de meses sem namorar alguém, você escuta aquela, segundo muitos, "já ultrapassada" frase: "Quer namorar comigo?" Tá, tudo bem, apesar de o pedido em questão ser um vício de linguagem (o certo é namorar-me), o fato é que discordo veementemente quanto à condição de "ultrapassada", "demodê", etc.  que imputaram ao tal romântico pedido.

Ainda acho que amor está em moda; que romantismo está IN; que igual ao rei Roberto, ainda há "amante(s) à moda antiga", sim!  Eu sou uma romântica incorrígivel, por exemplo. Apesar de ultimamente eu me sentir uma Extraterrestre, em meio à tanta liberalidade e falta de delicadeza!
Você já imaginou ouvir(ler) numa terceira ou quarta frase que você troca com uma possível pretendente, algo do tipo: "Tô dizendo que tô afim, porra!". Imagina, essa relação com um certo tempo... E o melhor, foi que ao partilhar minha indignação de tal reação, uma amiga me diz: "Hoje é assim, meu, tipo pá-pum, mano, e já ir pro rala-enrola"...
Nossa... Sem crises, sou liberal para os outros, mas continuo careta para mim. 
Curto ser "antiquadona", "romântica", "sonhadora", "da lua", apesar de não gostar de receber flores (mortas).

 Sou do tipo que encara o espelho no outro dia e se pergunta: Como é que fica o depois? Acabaram-se as manhãs? E meus olhos devem ser confiados a qualquer um?? Talvez, eu seja mesmo uma E.T.. Acho que ainda permaneço num tempo bem distante da maldade ou das segundas, terceiras, quartas e infinitas intenções. Não que eu não as tenha, mas sou seletiva, não democratizo ou comunizo os meus ais.  E não preciso de aliados, sou segura no que penso, sinto, falo, principalmente quando a questão é amar.

Sinto muito, mas prefiro permanecer residindo no templo da delicadeza. Aquele Templo "Onde não se diz nada, nada acontece, apenas continuamos a seguir, como encantados, um ser ao lado do outro ser." Adoro pensar como Júlio Salusse, no seu lindo poema "Os Cisnes". Por isso e por tudo o mais, também curto, não banalizo e levo muito a sério essa coisa de dizer: "Eu te Amo".
 
Eu Te Amo 
(Tom Jobim e Chico Buarque)
 
Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.

OM SAI RAM!

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